Um trabalho estatístico realizado por Ivenio Hermes Escritor Especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública mostra um quadro assustador contra a vida de Policiais no RN. "O ROL DOS ESQUECIDOS: A VIOLÊNCIA CONTRA OS GUARDIÕES"
POR IVENIO HERMES E MARCOS DIONISIO MEDEIROS CALDAS - (Publicado em parceria com Cezar Alves via Jornal De Fato/Retratos do Oeste) -
A violência é uma das formas mais eficazes de fazer uma sociedade retornar ao primitivismo, e consequentemente, sem necessidade de grandes esforços, destruir as futuras gerações. O meio para evitar a proliferação da violência foi conter o ímpeto do homem, e dentro da filosofia do inglês Thomas Hobbes que afirmou que o “Homem é o lobo do Homem”, esse ímpeto de guerra deveria ser freado através de um contrato, onde as partes pactuadas buscariam impedir que o homem voltasse à barbárie.
Para o sucesso desse pacto então foi criada a figura do guardião, aquele ser humano que estaria entre as partes pactuantes, o Estado e o povo, encarregado de aplicar as leis inclusive contra aqueles que os colocaram na posição de guardas. Conforme a doutrina utilizada para sua formação, os guardiões podem ser bem ou mal empregados a serviço daquela sociedade que devem defender.
Contudo, eles são seres humanos, como os pactuantes, e como cidadãos vivem diariamente em conflito entre serem guardião e serem aqueles do povo que demandam do Estado outros serviços em outras esferas do acordo.
No Brasil, e mais especificamente no Rio Grande do Norte, a pesquisa de vitimização ocorrida entre os agentes da lei, tem refletido a falta de interesse do Governo em investir em segurança pública, partindo da valorização dos profissionais do setor e chegando à população.
São casos de violência que poucos percebem, pois somente a situação inversa, aquela onde os policiais cometem erros e agem com arbitrariedade vende manchetes de jornais e dá a sociedade um grupo para ser culpado pelos erros que, na maioria das vezes, é dos gestores e nos detentores do poder executivo que somente pensam nos policiais como objetos descartáveis de propulsão da máquina coercitiva do Estado.
OS ÍNDICES DA VIOLÊNCIA INVISÍVEL
A violência que quase ninguém percebe e que o Estado não dá a devida importância provoca a invisibilidade dos problemas que ocorrem nos bastidores dos órgãos de segurança pública.
Como pode ser visto no gráfico Homicídios de Policiais, mostrado abaixo, os números apresentam uma diminuição de 15 homicídios para 11 ocorridos entre agentes de segurança pública que atuam no RN. As ocorrências que envolvem perda ou roubo de armamento demonstram o nível de respeito que os criminosos tem por esses homens, foram mais de 15 situações envolvendo assalto a policiais, inclusive em serviço, com roubo de armas de calibre .40 e outros materiais. Desses assaltos, três ocorreram no Centro Administrativo, nos prédios da SEJUC, da SEDUC e até da SESED, a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, quando o notebook do secretário Aldair da Rocha fora roubado.
"A Realidade nua e crua"
Clique abaixo e continue lendo esta brilhante reportagem, muito embora apavorante para quem é do meio.