domingo, 23 de fevereiro de 2014

Tenente-coronel relata seus 25 anos de PM

Comandante Alvibá GomesO tenente-coronel Francisco Alvibá Gomes, comandante do Segundo Batalhão da Polícia Militar de Mossoró (2º BPM), completou recentemente 25 anos de serviços prestados à corporação. Em visita recente ao jornal O Mossoroense, ele falou de toda sua trajetória até chegar ao comando de um dos batalhões mais importante do Estado.

"A Polícia Militar é minha vida. Faz parte da minha história e foi nela que consegui me projetar em uma carreira de serviços prestados à segurança do nosso Estado", disse. Considerado pela PM como pacificador, o tenente-coronel 
Alvibá foi responsável por colocar ordem em cidades violentas, principalmente na região do Alto Oeste, onde comandou batalhões como os de Pau dos Ferros e Alexandria. 
"Quando cheguei para trabalhar em Pau dos Ferros em 1994, onde comandei o 7º BPM, peguei a cidade com alto índice de violência e era um desafio reduzir a criminalidade. Para se ter uma ideia, o município tinha uma média de 20 assassinatos por ano e com muito trabalho ostensivo e repressivo conseguimos acabar com a criminalidade. Pau dos Ferros hoje é uma das cidades mais pacatas do Rio Grande do Norte", explicou.
Problema semelhante foi enfrentado em Alexandria, onde a pistolagem, associado a brigas de famílias, fazia com que a violência imperasse na região. "Graças a um trabalho sério conseguimos reduzir os índices e colocamos na cadeia muitos criminosos. Fico feliz porque participei da pacificação de duas cidades violentas, que hoje têm uma nova trajetória e história diferentes", destacou.

Trabalho de aproximação da PM com a sociedade tem resultado e efeitos satisfatórios

Mesmo diante de todas as dificuldades enfrentadas pela PM, o trabalho de aproximação com os segmentos da sociedade tem surtido efeitos satisfatórios e uma maior interação com a população.
"Hoje a Polícia Militar está em todos os bairros da cidade. Nós estamos nas escolas, nos postos de saúde, nos hospitais, nas ruas e bairros. 

Em todos esses lugares que a PM chega é bem recebida por homens e mulheres de bem. Mesmo temendo a criminalidade, há pessoas que ajudam ao trabalho dos policiais, denunciando e fornecendo informações que possam ser importantes no combate ao crime", frisou.

Para o coronel, o trabalho de aproximação da PM com a sociedade facilita ainda mais a ação policial. "Não podemos deixar de atender bem à sociedade, pois a polícia está nas ruas para garantir a segurança das pessoas e não para colocar medo", concluiu.

"A impunidade é geradora de novos crimes", diz comandante

Há pouco menos de três anos à frente do 2° BPM, o tenente-coronel Alvibá tem enfrentado uma onda de crimes violentos em Mossoró, onde em pouco mais de dois anos ocorreram mais de 350 assassinatos, que torna o principal município do Oeste potiguar um dos mais violentos do Nordeste. Para o oficial, quatro fatores contribuem para essa onda de crimes: ação tática da PM, investigação, sistema prisional e políticas com leis mais rígidas.


"Esses quatro fatores hoje já estão superados e precisam com urgência serem modificados. Temos leis que protegem o menor infrator e se formos olhar à realidade, a cidade tem adolescente com mais de 15 assassinatos nas costas. Isso tem de mudar. Se hoje um menor é apreendido cometendo um crime, imediatamente é posto em liberdade, aflorando a sensação de impunidade e ele vai voltar a praticar outros crimes, uma vez que não teve punição. A impunidade é geradora de novos crimes, uma vez que o criminoso não sente o peso da justiça aí volta a deliquir".


Para o comandante, outro fator que pesou para o aumento da criminalidade foi o avanço das drogas, em especial o surgimento do crack, que desencadeou uma série de problemas à sociedade. "O surgimento do crack foi um avanço na criminalidade, não só em homicídios, como também em roubos e furtos. O crack é uma epidemia que veio para exterminar as famílias, a sociedade, de uma forma em geral. O mais preocupante é que você não ver o consumo de crack só na periferia, mas sim em todas as camadas sociais e em todos os bairros da cidade", relatou.

Falta de contingente compromete funcionamento da Polícia Militar, na visão do comandante Alvibá

Preocupado com a falta de pessoal para suprir a necessidade de homens nas rondas ostensivas e repressivas em Mossoró, o tenente-coronel Francisco Alvibá Gomes, comandante do 2º BPM, destaca que um dos problemas da segurança pública é a falta de contingente da PM, uma vez que em todo o Estado há um déficit de mais de três mil policiais.


"Hoje existe uma defasagem de mais de três mil policiais no Rio Grande do Norte, inclusive o comando-geral da PM já está com tudo pronto para um concurso público, que só não o fez ainda devido ao limite prudencial do Estado. Aí, diante dessa falta de pessoal, 


Para Alvibá, a falta de estrutura da PM reflete na hora de realizar operações. "Se você vai realizar as operações e tem que usar veículos com pouco combustível, pneus lisos, carros sucateados, com certeza o trabalho vai ter o resultado abaixo do esperado. Comparo a PM a uma empresa, que tem de vender seus produtos. O nosso produto é a segurança pública que temos que vender à sociedade e se isso não for feito de forma eficaz, vamos perder espaço para a criminalidade, esse é o problema".

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