Sargento da PM é suspeito de tentar
extorquir ganhador da Mega-Sena
Sorte, fortuna, churrascos para a vizinhança e uma grande dor de cabeça para um idoso ganhador da Mega-Sena. Um sargento da Polícia Militar (PM) é suspeito de tentar extorquir o apostador. O militar, vizinho do sortudo que recebeu R$ 7 milhões no concurso de dezembro do ano passado, acabou preso durante uma operação da PM e Polícia Federal (PF).
A investigação sobre o crime de extorsão começou quando o ganhador foi até uma agência da Caixa Econômica Federal para sacar R$ 1 milhão, dinheiro exigido pelo criminoso. O gerente do banco desconfiou do valor desse saque e questionou ao idoso o motivo da retirada. O homem acabou contando que estava sendo ameaçado de morte em telefonemas e temia pela segurança da família. O bancário acionou a polícia para investigar de onde partiam essas ligações.
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Vários indícios apontaram para o envolvimento do sargento, que mora bem perto da casa da vítima no Bairro Nova Benfica em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas -MG. Inclusive participa de festas oferecidas pelo novo milionário.
O policial teria oferecido escolta particular para o idoso, alegando que um ganhador da Mega-Sena deve prezar pela segurança. Além disso, o apostador disse à polícia que reconheceu a voz do vizinho durante as ligações ameaçadoras. Diante das pistas, equipes do serviço de inteligência da PM junto com a PF montaram um esquema para flagrar o golpista na último dia 26.
O idoso ficou de entregar o dinheiro combinado no pilar de uma ponte na BR-040, em Juiz de Fora. Na data acertada, o ganhador abandonou a sacola no ponto de encontro, mas no pacote havia apenas notas de R$ 2 para simular volume de dinheiro. Estava tudo armado com as polícias para flagrar o golpista. O suspeito mordeu a isca, foi à ponte, mas não pegou o dinheiro.
O sargento sondou, vigiou o pacote e foi descoberto pelos policiais. No momento da abordagem ele estava com um revólver sem registro e foi preso em flagrante por porte ilegal de armas. Naquele dia, o militar havia pedido folga no serviço para ir a uma consulta médica. Ele trabalha na sala de operações do 27º Batalhão em uma função administrativa, que assumiu logo depois de apresentar problemas de saúde.
No mesmo dia, o sargento pagou fiança de R$680 e foi liberado. Porém, com a conclusão da investigação ainda pode responder por extorsão, como informou o tenente-coronel José Geraldo do Santos, comandante do batalhão onde o suspeito é lotado.
“Solicitei os autos assim que concluíssem a investigação. Vamos fazer uma apuração interna para verificar quais providencias administrativas tomar, caso haja seja provado a culpa do militar. Se for constatado o envolvimento, devido a gravidade da natureza do crime, podemos propor a demissão dele da corporação”, afirma Santos.
“Solicitei os autos assim que concluíssem a investigação. Vamos fazer uma apuração interna para verificar quais providencias administrativas tomar, caso haja seja provado a culpa do militar. Se for constatado o envolvimento, devido a gravidade da natureza do crime, podemos propor a demissão dele da corporação”, afirma Santos.
Acima de qualquer suspeita
Um policial acima de qualquer suspeita. É assim que o agente era visto pelos colegas. Muito religioso, passava boa parte do tempo no serviço se dedicando à leitura da bíblia e cantando hinos de louvor. Um homem de saúde frágil que precisou deixar o policiamento ostensivo nas ruas para uma função interna no batalhão e completou 20 anos de carreira militar. Saúde tão frágil que na sexta-feira, logo depois de todas as acusações, passou mal e precisou ser internado em um hospital da cidade.
Apesar de tudo, um policial de ficha limpa que deixou moradores de Juiz de Fora assustados e revoltados pela possibilidade de ser o autor de uma extorsão covarde a um idoso. O ganhador, mais novo rico de Juiz de Fora, chegou a declarar que jogaria a fortuna no lixo, porque o dinheiro só lhe trouxe desgraça.
Estado de Minas
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