sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Serra do Torreão - Consultando à internet 

Pesquisando na internet descobrimos que  as instalações da empresa de extração de pedras na serra do Torreão,  já tinha sido alertado as autoridades locais há mais de ano. É lamentável que ninguém deu importância ao caso. Agora, depois que a base da serra já foi quase toda implodida todos se diz surpresos. E agora? Será que tem jeito?


Vejam Nota;

MEIO AMBIENTE - Ambientalista alerta para ameaça a preservação da serra do Torreão, http://www.guiajoaocamara.com.br/noticia.php?idnot=50

"A Serra do Torreão corre perigo, pedreira tenta se instalar no local, diz José Aldo Monteiro ambientalista defensor da preservação da serra do Torreão. Isso  foi avisado há um ano atrás.

O professor e ambientalista, José Aldo, defensor nato da preservação da Serra do Torreão, considerada por cientista como um centro de estudo vivo da fauna no Rio Grande do Norte e classificada como uma reserva ecológica do município, usou ontem a Tribuna Popular da sessão ordinária da Câmara Municipal para alertar aos senhores vereadores sobre a tentativa de se instalar uma pedreira nas proximidades da serra a qual prejudicaria a sua preservação.

José Aldo disse que essa não é a primeira vez que se tenta explorar a serra para extração de pedras e em outra ocasião chegou até a receber ameaças de uma empresa que tentou se instalar na área. O ambientalista disse que recebeu informações de pessoas residentes próximas a serra de que estariam novamente tentando instalar uma pedreira no local e conclamou o poder legislativo para se engajar numa campanha de preservação da serra do Torreão. Data da postagem:  28/09/2010

Empresa 101 Mix Concretos e Promoldados Ltda da cidade de Parnamirim
instalada na base da serra Torreão

Pedreira terá que recuperar área devastada na serra do Torreão

A InterTV Cabugi filiada da rede Globo de televisão, exibiu no Bom Dia RN, edição desta quarta-feira(23) o movimento desencadeado ontem em favor da preservar da serra do Torreão, símbolo natural do município de João Câmara, o que comprova o estrago provocado pela Empresa 101 Mix Concretos e Promoldados Ltda da cidade de Parnamirim que tem licença do IBAMA apenas para estudos e pesquisa da área, segundo informações do órgão a reportagem da TV.

Um agricultor que tem um sítio nas proximidades disse ao blog que há alguns meses ouvia explosões no local e não sabia do que se tratava.

O IBAMA afirmou a reportagem da TV que a empresa será multada e obrigada a recuperar a área que foi devastada.

Na edição do Bom Dia RN, de quinta-feira, o diretor presidente do IBAMA concedeu  uma entrevista e falou mais sobre a devastação feita na serra do Torreão e as medidas que o instituto irá adotar para preservar a Serra.

Barriguda - Árvore centenária quase em extinção foi destruída

Moradores de protestam contra a exploração da Serra do Torreão

Multidão em protesto e a destruição da base da serra.
 à  direita escavações "buracos" de 8mts para o recheio da dinamite

De acordo com a população a exploração fere a Lei Orgânica do município. Em 30 dias local já sofreu graves agressões ambientais e históricas. A população de João Câmara, na região agreste do estado, está revoltada com as atividades de uma pedreira, que está explorando a Serra do Torreão, umas das belezas naturais da cidade.

O empreendimento tem a autorização do IDEMA  para funcionar, mas os moradores se posicionam contra por causa da importância histórica do lugar. Reportagem da InterTV, Delma Lopes e Robson Celino, exibida no Bom dia RN de 23/11/2011

História do Município - A Serra do Torreão

Situada no município de João Câmara, a 80 km da capital e pertencente à região do Mato Grande, a serra do Torreão é a sentinela mais avançada do grande planalto da Borborema, no sentido norte-oriental.  Continue lendo abaixo:



É um iceberg solitário, com 145 metros de altura, de fácil escalação, recoberto de vegetação hipoxerófila, onde predominam, inclusive, palmeiras nativas chamadas de “coco-catolé” e cientificamente por siagrus coomosa, isoladas ou em densos agrupamentos.

Há, também, euforbiáceas e mimosáceas, bem como a presença de exóticas, como a euphorbia tirucali, popularmente conhecida como “dedinho” ou “avelóz”, que é utilizada localmente como cerca viva, com um látex terrivelmente cáustico que, segundo populares, tem poderes medicinais contra afecções benignas e malignas da pele. Em seu cimo, formado por uma calva granítica, conhecida como Pedra do Urubu, descortina-se uma belíssima paisagem.

No seu sopé, há uma capelinha dedicada a São Sebastião, santo festejado efusivamente a 20 de janeiro pela população local que, após os atos litúrgicos, costuma subir a serra até o seu cimo.

Desde 1977, quando foi firmado um convênio entre a UFRN e a Prefeitura Municipal, na época administrada pelo prefeito Aldo Torquato, realizou-se importante estudo sobre a flora e a fauna da serra do Torreão, desde então considerada oficialmente o símbolo da cidade. O referido trabalho, chamado projeto Torreão, ocorreu de abril de 1977 até dezembro de 1978, com a aquisição de farto material zoológico, infelizmente perdido por falta de sua conservação, no âmbito da UFRN.

 Ainda dispõe-se de três livros de tombo, dois dos quais contendo relatórios e fotografias do projeto e um contendo toda a documentação fotográfica de uma exposição realizada na primeira semana de dezembro de 1977, durante a festa da padroeira local, Nossa Senhora Mãe dos Homens, na sala nobre do Colégio João XXIII. Cerca de 2.700 pessoas a visitaram, num acontecimento inédito para a região e para a própria cidade.

Tais livros de tombo estão guardados na reserva técnica do Museu de História Natural do Seridó, na Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra do Norte-RN, e tão logo se concretize um Museu de História Natural de João Câmara, para lá serão deslocados.
Posteriormente, do final da década de 80 para o início da década de 90, houve tentativas fracassadas de recomeçar o Projeto Torreão, mas faltou o apoio tanto da UFRN quanto da própria prefeitura municipal.

A vegetação da serra do Torreão é composta de duas formações de caatinga. Uma, é a caatinga hipoxerófila com uma vegetação de clima semi-árido, que apresenta arbustos e árvores com espinhos e de aspectos menos agressivos do que a caatinga hiperxerófila.

Dentre as espécies, destacam-se a catingueira, angico, braúna, juazeiro, marmeleiro, mandacaru e aroeira. A outra formação é a caatinga hiperxerófila, que apresenta uma vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas mais espalhadas e de porte mais baixo. Dentre outras espécies destacam-se nesse ambiente a jurema preta, o faveleiro, o marmeleiro, o xiquexique e o facheiro.

Os solos predominantes na serra do Torreão são os seguintes: areias quartzosas distróficas com fertilidade natural baixa, textura arenosa, relevo plano, excessivamente drenado; podzólico vermelho amarelo, equivalente eutrófico, com fertilidade natural alta, textura média, relevo plano, moderada e imperfeitamente drenado, medianamente profundo; cambissolo eutrófico, com fertilidade natural alta, textura média, relevo plano, medianamente profundo.

As pesquisas realizadas pelo biólogo Adalberto Varela, da UFRN e coordenadas pelo professor José Aldo Monteiro, do grupo GENV, um dos entusiastas com o estudo e preservação da serra do Torreão, descobriram várias espécies desconhecidas na sua fauna rica de insetos aracnídeos, lagartos, serpentes, moluscos terrestres, aves e mamíferos.

Ao todo, foram encontradas treze espécies de serpentes, mas a grande surpresa foi a descoberta de larvas de formiga-leão, da família dos neurópteros e uma espécie rara de escorpião preto, até então desconhecida da biologia, o Rhopalurus baixaverdensis que, por se tratar de uma espécie nova, recebeu o nome em homenagem à cidade.

Outra espécie rara, conhecida vulgarmente como Lagarto Rex, de tamanho pouco superior a uma lagartixa e menor que um Tejuaçu, também é encontrada no local ,e somente nele, em toda a região do Mato Grande.

AS LENDAS QUE ENVOLVEM A SERRA DO TORREÃO

Conta o professor Gino Miranda, nascido na localidade Corte, quase ao pé da serra do Torreão, que, durante muitos e muitos anos, corria à boca pequena que, na década de vinte do século passado, um certo Júlio dos Matias, dado a pitar um inseparável cachimbo - de onde saíam abundantes baforadas -, mulato muito querido e conhecido em Baixa-Verde, por conta das suas histórias fantasiosas, gostava muito de caçar na serra. Os amigos sempre o preveniam dos riscos que corria, visto que uma onça habitava o lugar. Certo dia o mulato Júlio foi caçar e não retornou à noite, como era de costume.

Apreensivos, os amigos e familiares foram à sua procura logo que raiou o dia e só encontraram os seus restos mortais graças a uma fumacinha que saía do cume da serra, onde fica a chamada pedra do urubu. Tal fumaça foi entendida como sendo um indicativo do local onde o corpo estava e teria saído, segundo os supersticiosos, do cachimbo do velho.

Assim nasceu a lenda do Torreão Cachimbando, que na época servia para explicar o fenômeno meteorológico que ocorre nas serras em época de grandes invernadas, em dias mais frios, principalmente nas primeiras horas do dia, quando o cume da serra amanhecia todo envolvido por uma densa camada de nuvens, que se desfazia logo que o sol começava a esquentar.

Muitas pessoas diziam também que os estrondos que davam em Baixa-Verde eram por conta de uma cama de baleia que havia debaixo da serra. Segundo a crendice popular, o local, muito antigamente, fora mar e um grande reservatório de água se escondia por sob a serra. Nesse reservatório, morava uma baleia gigante que, quando se movia, provocava os estrondos.

OS PASSEIOS PELA SERRA DO TORREAO

Uma das coisas mais gostosas de se fazer, é visitar a serra do Torreão, principalmente nos períodos invernosos. Além do contato com a natureza, inclusa vegetação remanescente da Mata Atlântica, tem-se uma ampla e bela visão de parte das regiões do Mato Grande e Central.

Do alto da serra do Torreão são avistadas, num raio de, aproximadamente, setenta quilômetros, as seguintes localidades: ao poente, num primeiro momento, as localidades de Pedra D`água, Amarelão e o Assentamento Santa Terezinha. Lançando-se o olhar na linha do horizonte, a serra do Cabugi, por inteiro, a uma distância de aproximadamente 50 quilômetros em linha reta; ao nascente, no sopé, o açude Grande, construído por ocasião da passagem da rede ferroviária. Logo a seguir, a cidade de João Câmara.

Mais ao longe, a BR-406, cujo eixo foi construído tendo por azimute o cume da serra, e as comunidades de Assunção, Matão, Cravo, Aroeira, Arizona e Samambaia, esta já no município de Poço Branco, e a Serra Pelada, no município de Taipu; ao Norte, pras bandas das praias, avistam-se as comunidades de Morada Nova, Breginho, Assunção, diversos Assentamentos Rurais e a Serra Verde, com todas as comunidades situadas no seu lombo; ao sul, podem-se ver todas as comunidades que margeiam o rio Ceará-Mirim (Pousa, Ladeira Grande, Passagem dos Caboclos, Passagem de Pedra, Várzea do Domingo, Riacho Fundo, Riacho da Fazenda e Valentim), e as cidades de Bento Fernandes e Santa Maria, esta localizada a mais de 50 quilômetros em linha reta e seus respectivos povoados.

Durante o inverno, quando todo o chão vislumbrado a partir do cume da serra do Torreão parece um tapete multicolorido, com diversas tonalidades de verde e azul, proveniente dos campos e dos espelhos d’água dos açudes, barreiros e riachos cheios, a visão que se tem do alto da serra é simplesmente encantadora.

Informações extraídas do livro: Fatos, causos e coisas. Autor: Aldo Torquato

Um comentário :

  1. Observando as excelentes informações, venho esclarecer que o termo correto seria inselberg e não iceberg, o iceberg seria grande pedaço de gelo desprendido de uma geleira, já o termo inselberg (ilha de rocha), foi introduzido pelo geólogo alemão, Friedrich Wilhelm Bornhardt, em 1900. Foi a melhor forma de caracterizar montanhas pré-cambrianas, geralmente monolíticas, de gnaisse e granito, que emergem abruptamente do plano que as cerca.

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