domingo, 5 de junho de 2011

O dinheiro e as drogas

A história contada logo a baixo pelo jogador Valdiram mostra uma realidade que infelizmente é comum aos que ganham muito dinheiro e que não tem a cabeça no lugar para usá-lo para o bem.

Se tivesse ouvido os verdadeiros amigos, possivelmente, Valdiram estivesse ainda hoje jogando em um grande clube. No entanto Valdiram preferiu o mundo das drogas e das bebidas.

Na última vez em que o Vasco chegou à final da Copa do Brasil, em 2006, o atacante era a sensação do futebol brasileiro. Jogando ao lado de Romário, Valdiram apareceu rapidamente no cenário nacional, que  com a mesma velocidade sumiu após ser afastado do elenco na véspera da decisão contra o Flamengo.

Na época, a diretoria cruz-maltina alegou que o promissor jogador havia cometido um grave ato de indisciplina, mas não revelou oficialmente qual teria sido o problema. Era o início de uma batalha contra a bebida e as drogas.

"Ele chegou atrasado e embriagado à concentração. Poderia ter nos ajudado na final, mas não se ajudava"  lembrou o técnico Renato Gaúcho, que comandava o Vasco.

Cinco anos depois, Valdiram é apenas um dos 280 homens que buscam reabilitação em um sítio em Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense.

Os gastos com bebida, mulheres e drogas fizeram o atacante perder tudo o que havia conquistado no futebol. Agora, ele tenta um recomeço no Instituto Vida Renovada, braço social de uma igreja evangélica, e divide espaço com traficantes, estupradores e assaltantes. Pessoas de alta periculosidade que tiveram progressão da pena e tentam recomeçar a vida, assim ,como o jogador de 28 anos.

Valdiram está há um mês sem ingerir bebida alcoólica e consumir cocaína. Mesmo período em que também pratica abstinência sexual. Ele não tem acesso à internet, teve que abrir mão do telefone celular e, no estagio inicial de tratamento, é proibido de assistir à televisão. Tudo isso para tentar se curar do vício em sexo e em cocaína.

"Tive uma recaída grande porque não estava preparado para a fama. Rapidamente, fiquei famoso. Ganhei muito dinheiro. Mas estava sozinho no Rio de Janeiro. Não tinha ninguém do lado para me orientar. Então, caí no mundo da prostituição e da bebida."

Natural de Canhotinho, interior de Pernambuco, Valdiram revelou que começou a beber cerveja aos 10 anos. Nunca mais conseguiu largar a bebida alcoólica. Mesmo assim, disse ter passado por cerca de 20 clubes ao longo de 15 anos de carreira. O fundo do poço veio de dezembro do ano passado até maio de 2011. Época em que ele admite ter usado diariamente cocaína.

"Minha vida foi caindo, os clubes fecharam as portas, ninguém me queria."

Não conseguia ficar num time 30 dias e já era mandado embora. Tinha alguns amigos em comunidade no Rio e passei a frequentar a casa deles. Foi aqui (no Caju, Zona Norte da cidade) que experimentei. Fiquei usando cocaína por cinco meses, todos os dias, confessou o atleta, que garante não ter lançado mão das drogas no auge da carreira, quando foi artilheiro da Copa do Brasil de 2006 pelo Vasco, com sete gols.

Outro tormento na vida de Valdiram foram as mulheres. A incontrolável compulsão sexual do jogador foi determinante para podar a sua carreira. Quando defendia o CRB, clube que o revelou, foi acusado de estupro. No Vasco, não resistia nem às funcionárias de São Januário. A ponto de ser chamado atenção pela diretoria cruz-maltina. Mas a situação se complicou de vez no Central-PE, no início deste ano.

Não conseguia ficar um dia sem mulher, falou Waldiram. Eu morava em um hotel, no centro da cidade de Caruaru. Chamei quatro mulheres para lá, bebemos bastante e houve aquele escândalo. Ligaram para o presidente do clube, e ele chegou no momento em que as mulheres saíram correndo nuas pelos corredores.

Éramos quatro jogadores, mas, como eu tinha um passado ruim, acabei sendo dispensado – lembrou o atleta, que chegou a assinar contrato de dois anos com o Vasco. Porém, ficou metade desse tempo por não se entender com o técnico Renato Gaúcho – a quem hoje considera um pai.

Valdiram foi casado até 2009. De lá para cá, separou-se e vive distante dos filhos Letícia, de 7 anos, e Valdiram Júnior, de 4. Considera a ex-mulher uma das melhores amigas, e, por isso, arrepende-se de não ter sido um marido fiel. O rompimento o fez cair em depressão. O motivo da queda? O jogador tinha como hobby sair com rainhas de bateria das escolas de samba do Rio de Janeiro

Fonte:globoesporte.com

“Quando tudo parecer perdido lembre-se que existe um Deus acima de você”

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