sábado, 14 de agosto de 2010

Obesidade Policial

Uma pesquisa publicada recentemente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reafirma um velho dito popular: “A educação física é a mãe de TODAS as atividades operacionais”.


A pesquisa realizada pela Fiocruz, a pedido da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), mostra que dois em cada três PMs que atuam dentro e fora dos batalhões da PM (focado na PMERJ), estão acima do peso ideal, propensos a doenças ligadas à hipertensão e ao coração. O levantamento também revela que um em cada cinco policiais são tecnicamente obesos.

A situação da saúde dos policiais militares cariocas, segundo a pesquisa – que ouviu, no ano passado, 1.108 policiais militares de diferentes escalões – é pior que a média da população brasileira. As pesquisadoras do Centro Latino Americano de Estudos de Violência e Saúde (Claves) Maria Cecília Minayo e Edinilsa Ramos, coordenadoras do levantamento, citam dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, feita pelo Ministério da Saúde, que encontrou 32% da população adulta brasileira com excesso de massa corporal. O índice na Polícia Militar do Rio é de 67%, somando os sobrepesos simples e os obesos.

A obesidade é uma doença que pode ter consequências drásticas para o policial, e que nem sempre é tratada com a devida seriedade pelos policiais – salvo como apenas uma questão de “desleixo” por parte dos profissionais. A pesquisa não faz comparações com as polícias de outros Estados, mas conseqüentemente, não há muitas diferenças.


Como se trata?

Julgamos importante salientar que um paciente obeso, antes de iniciar qualquer medida de tratamento, deve realizar uma consulta médica no sentido de esclarecer todos os detalhes referentes ao seu diagnóstico e as diversas repercussões do seu distúrbio.

O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. Dependendo da situação de cada paciente, deve-se procurar um nutricionista, podendo estar indicado o tratamento comportamental envolvendo o psiquiatra. Nos casos de obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve inicialmente ser dirigido para a causa do distúrbio.

Reeducação Alimentar

Independente do tratamento proposto, a reeducação alimentar é fundamental, uma vez que, através dela, reduziremos a ingesta calórica total e o ganho calórico decorrente. Esse procedimento pode necessitar de suporte emocional ou social, através de tratamentos específicos (psicoterapia individual, em grupo ou familiar). Nessa situação, são amplamente conhecidos grupos de reforço emocional que auxiliam as pessoas na perda de peso.

Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica balanceada, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades calóricas dependentes de sua atividade física, sendo os alimentos distribuídos em 5 a 6 refeições por dia, com aproximadamente 50 a 60% de carboidratos, 25 a 30% de gorduras e 15 a 20% de proteínas.

Não são recomendadas dietas muito restritas (com menos de 800 calorias, por exemplo), uma vez que essas apresentam riscos metabólicos graves, como alterações metabólicas, acidose e arritmias cardíacas.

Dietas somente com alguns alimentos (dieta do abacaxi, da sopa, por exemplo) ou somente com líquidos (dieta da água) também não são recomendadas, por apresentarem vários problemas. Dietas com excesso de gordura e proteína também são bastante discutíveis, uma vez que pioram as alterações de gordura do paciente além de aumentarem a deposição de gordura no fígado e outros órgãos.

Exercício

É importante considerar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gasto energético e que exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico.

O exercício apresenta uma série de benefícios para o paciente obeso, melhorando o rendimento do tratamento com dieta. Entre os diversos efeitos se incluem:

- a diminuição do apetite,
- o aumento da ação da insulina,
- a melhora do perfil de gorduras,
- a melhora da sensação de bem-estar e auto-estima.

O paciente deve ser orientado a realizar exercícios regulares, pelo menos de 30 a 40 minutos, ao menos 4 vezes por semana, inicialmente leves e a seguir moderados. Esta atividade, em algumas situações, pode requerer profissional e ambiente especializado, sendo que, na maioria das vezes, a simples recomendação de caminhadas rotineiras já provoca grandes benefícios, estando incluída no que se denomina "mudança do estilo de vida" do paciente.

Como se previne?

Uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresentem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação saudável a longo prazo. Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma mudança geral no estilo de vida do paciente.

Fonte: FundaçãoOswaldo Cruz

Nenhum comentário :

Postar um comentário