quinta-feira, 8 de abril de 2010

PM apresenta novo mapa de atuação


A Polícia Militar vai mudar. Além da nomeação do coronel Araújo Silva ao posto antes ocupado pelo coronel Marcondes Rodrigues, a PM vai passar por uma intensa redistribuição, que pretende aumentar a eficiência no combate ao tráfico de drogas no interior do Estado e reorganizar o corpo policial disponível. As medidas foram apresentadas ontem na sede do comando da PM, em Natal, e já devem estar publicadas hoje no Diário Oficial do Estado.

Entre as novas medidas apresentadas ontem pelo novo comandante, o coronel Araújo Silva, e pelo governador Iberê Ferreira está a criação de três comandos regionais que, juntamente com o de Natal, vão descentralizar a Polícia Militar do Estado. O Comando de Policiamento Regional I (CPRI), na região Oeste, vai abranger 56 municípios e terá sede em Mossoró. O CPRII, no Seridó do Estado, terá sede em Caicó e vai policiar 39 municípios. O CPRIII, no Trairi, vai abranger 63 municípios e será sediado em Santa Cruz. Após a criação, serão definidos os nomes dos comandantes que vão assumir cada um deles. "Já temos alguns em mente, mas ainda vamos analisar quais os melhores perfis para cada um", afirmou o coronel Araújo Silva.

A intenção com essa descentralização da Polícia é aumentar a eficiência no combate à violência e, sobretudo, ao tráfico de drogas no interior do Estado. "Estamos observando um aumento considerável na violência em cidades do interior, principalmente, provocado pela disseminação das drogas. No entanto, não está havendo um aumento do efetivo. Há cidades que contam apenas com dois PMs", afirmou Iberê Ferreira. Além do coronel Araújo Silva e do governador, estiveram presentes na entrevista coletiva o novo secretário de Segurança Pública e Defesa Social (SESED), Cristóvão Praxedes, e o delegado geral, Elias Nobre. Este, no entanto, não ouviu nenhuma medida referente às melhorias na Polícia Civil - elas devem ser apresentadas somente na próxima semana. "Apesar disso, todas as decisões que privilegiam a Segurança ajudam também o trabalho da Polícia Civil", declarou Nobre.

Novos equipamentos e carreira para a PM

O BPChoque deve ser a última das novas medidas a entrar em vigor. Isso porque o Batalhão vai ter que aguardar a chegada de novas viaturas adquiridas pelo Governo do Estado, e isso deve durar cerca de 60 ou 90 dias para acontecer. Serão 70 novas caminhonetes que vão para o BPChoque, além de 250 motos e mais 350 viaturas (locadas) que serão utilizadas na ronda ostensiva.

Plano de Carreiras

Para aumentar a "disposição" dos PMs, o Governo deve criar também o Plano de Carreiras para os praças da Polícia Militar. "Tem gente que entra soldado e, depois de 10 anos, continua na mesma função. Isso é totalmente desestimulante. Vamos criar um plano de carreira para que eles possam evoluir nas Forças Armadas", afirmou o governador Iberê Ferreira. Essa medida, contudo, ainda não tem data para ser criada. O Governo ainda avalia o impacto que ela provocaria aos cofres públicos. "Estamos fazendo um levantamento sobre isso", garantiu. Para a população, o coronel Araújo Silva afirmou que também haverá uma reestruturação das polícias de bairro, com a criação das áreas policiais militares.

PM vai utilizar ‘gordura’ excedente

Sem a possibilidade de realização de um concurso público para nomear novos policiais, mas precisando de um efetivo maior à disposição para colocar em prática o plano de descentralização com a criação dos novos comandos, o Governo do Estado deve remanejar os PMs que estão cedidos a outros órgãos e que não estão fazendo o trabalho ostensivo nas ruas. "Vamos deixar o mínimo prudente nesses órgãos. Queremos pegar aquelas gorduras que sobram e utilizar para aumentar o efetivo nas ruas", afirmou o coronel Araújo Silva.

Para que a retirada dos PMs seja ainda mais efetiva, o Governo do Estado não se mostrou temeroso em fazer novos investimentos em segurança. "Aquelas atividades que estão sendo feitas por policiais, mas que podem ser terceirizadas, assim serão", afirmou o governador Iberê Ferreira. Não há, até o momento, nenhuma estimativa da quantidade de policiais militares que estão cedidos a outros órgãos - policiais civis são 34, segundo Elias Nobre. Também não se tem ideia de quantos órgãos abrigam policiais civis cedidos, apesar de se saber que a Governadoria do Estado é um deles. "Estamos fazendo esses levantamentos e devemos apresentar na próxima semana ao Governo do Estado", prometeu o coronel.

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) também sofrerá mudanças - redução - no seu efetivo, passando a atuar, apenas, em operações de alta complexidade, como ações criminosas com reféns, bombas, sequestros e roubos a bancos. No lugar dele, mais uma nova criação: o Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque). Essa nova equipe vai contar com a Companhia de Policiamento de Cães, a Companhia de Policiamento de Eventos e a Companhia de Patrulhamento Tático Móvel - contando, inclusive, com os policiais que saírem do Bope. O BPChoque vai atuar nas principais áreas bancárias e comerciais das cidades durante o dia e à noite garantirá a segurança nas periferias, combatendo o tráfico de drogas e o crime organizado.

FONTE: Jornal defato.com

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