domingo, 28 de fevereiro de 2010

Jovens são as principais vítimas das execuções

Só no ano passado, foram 169 assassinatos de pessoas com idade entre 21 e 29 anos. Em um ano, As estatísticas das mortes em Natal revelam que os jovens são as principais vítimas os homicídios e execuções da capital.

As estatísticas das mortes em Natal revelam que os jovens são as principais vítimas os homicídios e execuções da capital. Só no ano passado, foram 169 assassinatos de pessoas com idade entre 21 e 29 anos. Se a faixa etária for diminuída para os 14 anos, o número de mortes sobe para 259. Os números são da Coordenadoria de Direitos Humanos e revelam que cada vez mais os jovens estão à mercê da criminalidade, principalmente, do tráfico de drogas.

Este fator, aliás, é o principal motivador das constantes execuções registradas pela polícia em Natal e na Grande Natal. Neste mês de fevereiro, foram pelo menos 23 casos com características desse tipo de crime, no qual os bandidos vão em busca das vítimas para “acertar contas”.
Para explicar tantos crimes, a Polícia Civil atribui à presença de grupos de extermínios agindo no Rio Grande do Norte. Além disso, a corrupção existente dentro da estrutura de segurança pública e a própria falta de estrutura são apontadas como fatores relevantes para a quantidade alta de mortes.

A situação é tão crítica que apenas na zona Norte de Natal os quatro Distritos Policiais da região têm mais de 300 homicídios sem solução. O campeão de mortes é o 9º DP que, de acordo com o delegado Francisco Jodelci, tem hoje mais de 250 casos empilhados a espera de desfecho.

“Nós temos aqui de três a quatro flagrantes por semana. Toda segunda-feira quando chego à delegacia, por exemplo, tenho no mínimo dois homicídios”, ressaltou. O delegado explicou que a área do 9º Distrito, instalado no Panatis, é a mais violenta da zona Norte, porque tem a maior quantidade de habitantes.

Maurílio Pinto comentou ainda que existem casos em que os policiais passam a proteger determinados traficantes e perseguem a chamada “concorrência”. “Se for preciso, eles matam mesmo para acertar conta dos traficantes”, afirma.

A mesma linha de pensamento é seguida pelo delegado geral da Polícia Civil Elias Nobre. Ele também confirma que pelo menos cinco grupos de extermínio estão agindo no RN e declara que o trabalho de investigação está cada dia mais infectado pela corrupção dos policiais com o crime.

“Hoje, o trabalho da Polícia Civil é dificultado pela corrupção dos policiais com os grupos mais perigosos, com a conivência e participação dos policiais que conseguem descaracterizar o crime, tirando os vestígios e indícios de crimes”, afirma Elias Nobre.


Em relação ao acúmulo de inquéritos na zona Norte de Natal, Elias Nobre reconhece a necessidade de mais distritos policiais naquela região. “Reconheço a necessidade de mais distritos policias, principalmente, na Zona Norte, mas não adianta ter delegacia sem pessoal”.

Fonte: Nominuto

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