quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mães pedem justiça para as filhas

Mães que perderam suas filhas saem às ruas para pedir justiça

Duas mulheres fortes, guerreiras e uma única história. A luta incensante pela justiça. Roselene Fernandes Bezerra, mãe de Maria Luiza Fernandes Bezerra, 15, morta no dia 21 de abril de 2009 e Marisa Mariano dos Santos, mãe de Maisla Mariano, 11, assassinada e esquartejada no dia 12 de maio do mesmo ano, promoveram na tarde de ontem, na Cidade da Esperança uma passeata para lembrar um ano de morte da estudante Maria Luiza e pedir que a justiça seja feita e os acusados punidos pelos crimes que cometeram.

Parentes, amigos, lideranças comunitárias, inúmeros cartazes, camisas com as fotos de Maria Luiza, carros de som. Muita movimentação. A passeata teve início às 16h40, na avenida Capitão Mor Gouveia, seguiu pela avenida Rio Grande do Sul e terminou na avenida Paraíba, uma hora depois, na frente da Delegacia de Plantão da zona Sul, no mesmo bairro.

Durante boa parte do trajeto, o trânsito em algumas vias do bairro permaneceu congestionado.

Após 365 dias, dona Roselene não é mais a mesma mulher. Antes da morte da filha ela era alegre e disposta para o trabalho e os cuidados com a família, mas a mulher extremamente forte parece começar a perder as forças. Quando sente que as energias estão acabando se fortifica nas lembranças dos momentos felizes que passou ao lado da filha e continua a lutar para ver atrás das grades o jovem que ela tem certeza que participou da morte de Maria Luiza. É durante à noite que Roselene fala com Deus. E são as noites que parecem intermináveis que junto aos sonhos com a filha vem a interrogação. Será que os autores do crime de Maria Luiza serão punidos?

Rosilene tem certeza que mais de uma pessoa matou a estudante. O corpo foi encontrado após vários dias do desaparecimento da estudante em um morro, num lixão. Maria tinha um pedaço de madeira introduzido nos órgãos genitais. A violência praticada contra a menor e o local onde o corpo foi localizado foi o suficiente para a polícia ter a certeza que mais de uma pessoa agiu no assassinato. De lá pra cá, o inquérito policial foi instaurado, o principal suspeito do crime Thiago Rodrigues Pereira, o Thiago Cabeção, 23, está solto. Chegou a ficar detido durante cinco meses, mas foi liberado pela justiça pela demora na conclusão do inquérito.

De acordo com informações de testemunhas, Thiago Cabeção demonstrava por Maria Luiza uma atração muito grande e teria afirmado, inúmeras vezes, que “se Maria Luiza não fosse dele, não seria de mais ninguém”. Uma ex-namorada de Cabeção, em depoimento disse que ele, quando estava namorando chegava a trocar o nome da namorada pelo de Maria Luiza.

“É difícil conviver com essa situação. Saber que minha filha foi morta e que os assassinos estão soltos. Cheguei a ser ameaçada de morte porque comecei a investigar o homicídio de Maria Luiza”.

Roselene desabafou: “Eu achei que com o tempo a dor diminuiria. Meu sofrimento fosse amenizar, mas nada disso está acontecendo. Cada dia que passa a dor aumenta”.

Umbelimo de Moura, pai da estudante também clama por justiça. “O pior de tudo é a espera. E o risco do crime cair no esquecimento”

Moura não tem dúvidas de quem matou Maria. “Sabemos que Thiago está envolvido no assassinato, mas não se sabe ainda o grau de participação dele no crime. O homicídio corre em segredo de justiça”

Marisa Mariano mãe de Maisla estava inconsolável. Ao lado da irmã e da filha de nove anos, a mulher não conseguiu se conter e chorou várias vezes. “A saudade dela é muito grande. Até agora não foi marcado julgamento do assassino”.

Marisa se refere a Osvaldo Pereira dos Santos, principal acusado de ter matado e esquartejado a menor em onze partes. Osvaldo está preso na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta. O acusado pode ir à juri popular ainda este ano.

FONTE: Tribuna do Norte

Nenhum comentário :

Postar um comentário